terça-feira, 19 de agosto de 2008

DO CORPO E DA ALMA

Não há traçado
sobre o silêncio da noite.
Nem a língua dos sábios.
nem o fascínio dos céus.
Carrego a algum lugar
essa rota de evocações.
Montanhista de vales profundos,
escalando, em túnica de flores mortas
até que a carne seja suficientemente
verde, para reflorescê-las no cume da alma.
Absurdamente escrevo, e revezo
os pés dentro da lei inexorável
do destino, para permitir-me chegar
sem as ausências que me desliquibraram.
Ao longo do caminho.
as nuvens como alimento.
O olhar, talvez, em monástico tormento,
ascende, ascende devagarinho.
Uma parte de mim leva os sonhos,
flores nômades nos beirais dos abismos.
E me farei cedo, para ver o novo dia nascer,
depois do esvaecer de todas as luas,

depois dos espasmos de todas as estrelas,
para voar, além do sono do pensamento,

e não precisar mais lutar
contra o próprio olhar
que, misteriosamente,
precisou entrevar
para amanhecer.
(Direitos autorais reservados).

2 comentários:

Célia de Lima disse...

Até onde se vai? Até o que alma alcança? Sei que chegas...sei que esperanças por onde ande...por onde crie. Amada amiga, parabéns pelo seu dia, pelos seus versos, pela poesia da vida! Deus abençoe.

soninha disse...

Amada amiga, vim aqui para matar a saudade, conhecer seu blog e ler essa pérola de esperança e amor, os dois unidos levam a alma onde ela desejar. Beijos, lindo dia. Soninha