Escrevo somente e tão somente quando a emoção me conduz -- é na escrita que desato os nós interiores, que limpo caminhos para poder enxergar melhor, que me percebo semeando nos dias, de alguma forma, mas a colheita não importa. Ela pertence a Deus, ou Àquela Consciência Maior que me faz estar aqui (ainda). -Lúcia Constantino -- Os textos aqui publicados estão protegidos pela Lei de Direitos Autorais.
terça-feira, 13 de julho de 2010
O amor nos tempos do onça (*)
Chega-se perto de algumas paragens.
Perto.
Jamais dentro.
O possível vem sem luz.
Enunciados de silêncios.
Claridades que choram por si mesmas.
A noite vazou as águas
sobre a palidez das têmporas.
O que acaba
é um poema que ninguém mais lembra.
Da última vez, tudo era superior:
ao primeiro, ao segundo, ao terceiro...
Era o único amor.
Não, não me digam qual é o lado
que dá para o mar.
Esse, me mostra o espelho,
no fundo de uns olhos vermelhos.
Naufrágio do por-do-sol
- e não há luar.
Imagem: Fotosearch/Google
(Direitos autorais reservados).
(*) título inspirado no romance "O Amor nos Tempos do Cólera" de Gabriel García Marquez.
quinta-feira, 8 de julho de 2010
NESSE LUSCO-FUSCO
Queria parar as horas
desse céu trançado de nuvens:
clerical pedágio para o infinito.
Travar as horas - queria, queria,
para me resgatar
sem temor,
destes paramentos de palhaço
quando pranteio uma terra deformada
em países, raças, ideologias,
em humana cegueira encarcerada.
Começo a acender lampejos de esperança
nesse lusco-fusco
onde dormirá esse céu azul estrangeiro
que me inicia.
O tempo vai, rápido,
como o pensamento
Corporifica-se:
lágrimas na planura ondulam-se como rio
partindo de sonhos sem foz.
Imagem: Fotosearch - Google
(Direitos autorais reservados).
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