quinta-feira, 16 de setembro de 2010

INFÂNCIA

Não esqueço dos laranjais
à beira da estrada,
enfeites de Natal
que continuam balançando
na minha árvore da memória.
Tal qual as carambolas,
estrelas que o sol esculpiu
num dia em que sonhou ser noite
e fazer história.

A infância é a ária da vida
cantada com duendes e fadas.
Só quando ela termina,
é que ouvimos
o som da lágrima.



(Direitos autorais reservados)

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Teu Silêncio

Alí, nesse Teu silêncio
atravesso minha terra de mágoas
e leis que me fizeram fruto
sobre raízes cansadas.

Não sou capaz de reflorescer
nessas estações adormecidas.
As dores - comuns, banais,
ardem nas letras,
mas não recriam vida.

Liigo-Te às fontes
para ser capaz de me alvorecer
no lado escuro da vida.
Teu rosto ainda me é horizonte.

Tocas-me as pedras,
recostadas, miseravelmente,
em meu espírito.
E com um gesto de luz
sei que também as eleva.

E prossigo.






(Direitos autorais reservados).