quinta-feira, 20 de novembro de 2008

TU ÉS


Tu és o verde.

Junto a mim, o abraço que pedi

ao sonho.

A canção que não sangra,

a primavera chegada de terras distantes

para alvorescer os ramos da carne.

A luz da tarde.

Em verdade e vontade,

o cravo que toca

a canção das lágrimas devolvidas.

Meus olhos selados de sol.

O coração em remessa à vida.
(Direitos autorais reservados)
Foto: imagem pesquisada no Google

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

RE-CONHECIMENTO


E eram belos teus gestos de azuis.

O chão quieto, sobre as ondas grávidas

da luz do sol.

Vivenda liberta dos pesadelos,

e nos silêncios,

nosso amor pleno.

Juntei as claras nuvens do céu

sobre minha veia aberta

sob o perfume teu.

Amei tua carne, minha carne

encerradas nas profundezas de um deus.



(Direitos autorais reservados).
Foto: imagem Google, Fotosearch

sábado, 15 de novembro de 2008

PERMANÊNCIA




Por um momento me passa


essa água livre entre os dedos.


Corre direto aos meus lábios,


tão crédulos dos desvelos.


Entendes, ó roseiral


o que a linguagem humana


diz em sua líquida metamorfose?


Ao criar raízes, a seiva fala.


E assim aos olhos.


Derramar-se para permanecer.
(Direitos autorais reservados)

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

...???


Sou um barco de nuvem

navegando sobre as pedras

com destino ao infinito

onde a saudade não chega.



(Direitos autorais reservados).

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

SÓIS DE AMOR


Vejo esses sóis nascendo

a cada novo dia --- fitam-me com tanto amor

é a vida reunida em luar e flor.

Não há surpresas nos sonhos

com que me tecem auroras.

São como ventos que escrevem

no átrio do tempo

a própria vida autogerada

em luz, sem pensamento.


"SOUVENIR"


Nem fadas nem duendes.

Apenas umas folhas de papel.

Escrevia o riso, o sonho silente

naquele pedaço de céu.

Uma guitarra gemendo

um passo dado atrás no tempo

os olhos ao país das maravilhas.

O pássaro azul desenhado

sobrevoando a ilha.

A tinta borrou as letras

que pretendiam compor uma sinfonia.

As pautas enlouqueceram,

se perderam

do caminho da alegria.

De uma resma de papel

sobrou um pacote de céu

só pra enfeitar uma estante vazia.


(Direitos autorais reservados).


NATUREZA


Vêm aos meus olhos

essa exatidão das coisas verdes.

Uma construção atada ao meu coração

reconhecida nos caminhos dos meus pés.

Sou aliança com essas folhas

e a eternidade do ventre

que as gerou.

Ofereço-lhes a herança de minha alma:

o amor profundo pelo sopro que lhes dá vida,

pelo perfume que troveja nos céus

e lhes banha o rumo a cada novo dia.

Carne de minha alma,

luz dos olhos da vida!