quinta-feira, 3 de junho de 2010

PROMESSA


(para minha mana Luiza)


Nós caminharemos
por esses espaços onde sonharam
os nossos passos.
As folhas mortas ficarão para trás.
E os silêncios insanos.
Iremos para onde vai o sol,
porque ainda somos humanos.

Nosso verbo será ouvido
falaremos de nós
e sei que haverá quem ouça
a nossa voz.
Falaremos dos nossos sonhos
e ansiedades
e ideais e contrariedades
sem que tenhamos o silêncio
como resposta
dos narcisos que só conhecem
o próprio rosto
e a própria porta.

Caminharemos como quem passa
pela vida em estado de graça
indo, vindo, se perdendo,
mas ousando e sendo.

Caminhante, que irás ao meu lado,
iremos devagar.
Sem futuro, sem passado,
sem seres alados,
sós, com nós mesmos,
mas finalmente,
despertados.

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