sábado, 27 de fevereiro de 2010

CAMINHOS DAS ÁGUAS

Estranhos caminhos das águas,
nos lentos sorvos do mundo.
Nos olhos, nos cristais das casas,
são pérolas que emergem
de mares profundos.

Pousam nos lábios
como beijos de ventos.
Profanas, salgadas
pétalas de dor.
São melodias,
são faustos alentos.
Navegam na face
num sorriso de amor.

Águas me fogem
da face silente.
Paisagem lunar,
sou um veio vazio.
Leio nas pedras
(as que não sentem)
que eras deserto
e tomei-te por rio.



(Direitos autorais reservados).

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