quinta-feira, 8 de julho de 2010

NESSE LUSCO-FUSCO


Queria parar as horas
desse céu trançado de nuvens:
clerical pedágio para o infinito.
Travar as horas - queria, queria,
para me resgatar
sem temor,
destes paramentos de palhaço
quando pranteio uma terra deformada
em países, raças, ideologias,
em humana cegueira encarcerada.
Começo a acender lampejos de esperança
nesse lusco-fusco
onde dormirá esse céu azul estrangeiro
que me inicia.
O tempo vai, rápido,
como o pensamento
Corporifica-se:
lágrimas na planura ondulam-se como rio
partindo de sonhos sem foz.


Imagem: Fotosearch - Google
(Direitos autorais reservados).

Um comentário:

Célia de Lima disse...

Alma livre das amarras que oprimem, que não deixam ver a imensidão da vida, desliza livre pelas palavras e os caminhos. Hummm.. maravilhoso! Beijo grande, poeta Lucia! :)