Escrevo somente e tão somente quando a emoção me conduz -- é na escrita que desato os nós interiores, que limpo caminhos para poder enxergar melhor, que me percebo semeando nos dias, de alguma forma, mas a colheita não importa. Ela pertence a Deus, ou Àquela Consciência Maior que me faz estar aqui (ainda). -Lúcia Constantino -- Os textos aqui publicados estão protegidos pela Lei de Direitos Autorais.
quinta-feira, 3 de junho de 2010
PROMESSA
(para minha mana Luiza)
Nós caminharemos
por esses espaços onde sonharam
os nossos passos.
As folhas mortas ficarão para trás.
E os silêncios insanos.
Iremos para onde vai o sol,
porque ainda somos humanos.
Nosso verbo será ouvido
falaremos de nós
e sei que haverá quem ouça
a nossa voz.
Falaremos dos nossos sonhos
e ansiedades
e ideais e contrariedades
sem que tenhamos o silêncio
como resposta
dos narcisos que só conhecem
o próprio rosto
e a própria porta.
Caminharemos como quem passa
pela vida em estado de graça
indo, vindo, se perdendo,
mas ousando e sendo.
Caminhante, que irás ao meu lado,
iremos devagar.
Sem futuro, sem passado,
sem seres alados,
sós, com nós mesmos,
mas finalmente,
despertados.
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