Escrevo somente e tão somente quando a emoção me conduz -- é na escrita que desato os nós interiores, que limpo caminhos para poder enxergar melhor, que me percebo semeando nos dias, de alguma forma, mas a colheita não importa. Ela pertence a Deus, ou Àquela Consciência Maior que me faz estar aqui (ainda). -Lúcia Constantino -- Os textos aqui publicados estão protegidos pela Lei de Direitos Autorais.
domingo, 18 de abril de 2010
O MENINO DAS AREIAS - Tributo à Saint-Exupèry
Tributo à Antoine de Saint-Exupèry
Elas te trouxeram do invisível em suas luzes,
para iluminar nosso império.
Abriste a casa de tua alma ao mundo,
e a tua linguagem foi transparente e límpida
como o coração do teu príncipezinho.
Cada pedra de tua cidadela interior
recende a perfume de tuas laranjeiras
"convém libertar a árvore e ela desenvolver-se-á
com toda liberdade" (*)
Enquanto amavas a liberdade, os homens
não se reconheciam mais, e estilhaçavam
seus tristes espelhos,
para não verem mais seus rostos.
Enquanto um ser humano partia e
"se tornava montanha e barrava o horizonte" (*)
hoje à luz de todas as estrelas o homem
se auto arbitra em trevas.
Mas tu permaneces, como as raízes,
como as tuas sentinelas a velar o essencial,
para que os rivais da alma humana
não destruam as rosas, não podem os laranjais,
não armem redes invisíveis para apanhar
a argila humana, aquela que tanto amavas.
"Só o Espírito, soprando sobre a argila,
pode criar o Homem" (*)
(*) Saint-Exupèry
Imagem: Google
(Direitos autorais reservados).
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