CANTARES & POESIA
Escrevo somente e tão somente quando a emoção me conduz -- é na escrita que desato os nós interiores, que limpo caminhos para poder enxergar melhor, que me percebo semeando nos dias, de alguma forma, mas a colheita não importa. Ela pertence a Deus, ou Àquela Consciência Maior que me faz estar aqui (ainda). -Lúcia Constantino -- Os textos aqui publicados estão protegidos pela Lei de Direitos Autorais.
segunda-feira, 10 de janeiro de 2011
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
INFÂNCIA
Não esqueço dos laranjais
à beira da estrada,
enfeites de Natal
que continuam balançando
na minha árvore da memória.
Tal qual as carambolas,
estrelas que o sol esculpiu
num dia em que sonhou ser noite
e fazer história.
A infância é a ária da vida
cantada com duendes e fadas.
Só quando ela termina,
é que ouvimos
o som da lágrima.
(Direitos autorais reservados)
à beira da estrada,
enfeites de Natal
que continuam balançando
na minha árvore da memória.
Tal qual as carambolas,
estrelas que o sol esculpiu
num dia em que sonhou ser noite
e fazer história.
A infância é a ária da vida
cantada com duendes e fadas.
Só quando ela termina,
é que ouvimos
o som da lágrima.
(Direitos autorais reservados)
quarta-feira, 8 de setembro de 2010
Teu Silêncio
Alí, nesse Teu silêncio
atravesso minha terra de mágoas
e leis que me fizeram fruto
sobre raízes cansadas.
Não sou capaz de reflorescer
nessas estações adormecidas.
As dores - comuns, banais,
ardem nas letras,
mas não recriam vida.
Liigo-Te às fontes
para ser capaz de me alvorecer
no lado escuro da vida.
Teu rosto ainda me é horizonte.
Tocas-me as pedras,
recostadas, miseravelmente,
em meu espírito.
E com um gesto de luz
sei que também as eleva.
E prossigo.
(Direitos autorais reservados).
atravesso minha terra de mágoas
e leis que me fizeram fruto
sobre raízes cansadas.
Não sou capaz de reflorescer
nessas estações adormecidas.
As dores - comuns, banais,
ardem nas letras,
mas não recriam vida.
Liigo-Te às fontes
para ser capaz de me alvorecer
no lado escuro da vida.
Teu rosto ainda me é horizonte.
Tocas-me as pedras,
recostadas, miseravelmente,
em meu espírito.
E com um gesto de luz
sei que também as eleva.
E prossigo.
(Direitos autorais reservados).
terça-feira, 13 de julho de 2010
O amor nos tempos do onça (*)
Chega-se perto de algumas paragens.
Perto.
Jamais dentro.
O possível vem sem luz.
Enunciados de silêncios.
Claridades que choram por si mesmas.
A noite vazou as águas
sobre a palidez das têmporas.
O que acaba
é um poema que ninguém mais lembra.
Da última vez, tudo era superior:
ao primeiro, ao segundo, ao terceiro...
Era o único amor.
Não, não me digam qual é o lado
que dá para o mar.
Esse, me mostra o espelho,
no fundo de uns olhos vermelhos.
Naufrágio do por-do-sol
- e não há luar.
Imagem: Fotosearch/Google
(Direitos autorais reservados).
(*) título inspirado no romance "O Amor nos Tempos do Cólera" de Gabriel García Marquez.
quinta-feira, 8 de julho de 2010
NESSE LUSCO-FUSCO
Queria parar as horas
desse céu trançado de nuvens:
clerical pedágio para o infinito.
Travar as horas - queria, queria,
para me resgatar
sem temor,
destes paramentos de palhaço
quando pranteio uma terra deformada
em países, raças, ideologias,
em humana cegueira encarcerada.
Começo a acender lampejos de esperança
nesse lusco-fusco
onde dormirá esse céu azul estrangeiro
que me inicia.
O tempo vai, rápido,
como o pensamento
Corporifica-se:
lágrimas na planura ondulam-se como rio
partindo de sonhos sem foz.
Imagem: Fotosearch - Google
(Direitos autorais reservados).
domingo, 20 de junho de 2010
O Grande Sentido
Quem chorará comigo
aquele que se foi hoje!
Quem entenderá
que seu sangue era vermelho como o meu,
que seus olhos brilhavam como os meus,
que eu o amava como se amam os seres
que nascem para nos moldar,
para nos ensinar,
para nos conduzir!
Não sei quem chorará comigo.
Talvez apenas aqueles que sabem
que eu e o verde das plantas somos um.
Que os ninhos reconduzem à esperança.
Que cada raio de sol
me faz agradecer o fato de eu poder,
mais uma vez, enxergar
o nascimento de um novo dia.
Quem chorará comigo
o meu amigo que partiu hoje,
cujos olhos me falavam
de um mundo que talvez, um dia,
eu entenderei no seu mais amplo sentido.
O mundo da fidelidade, da lealdade,
do companheirismo, do amor incondicional.
Porque debaixo desse teto de estrelas
e lutas e derrotas e vitórias,
eu e esse cão que partiu hoje
éramos Um só
diante Daquele que igualmente nos
deu o mesmo sopro de vida.
(Direitos autorais reservados).
sexta-feira, 4 de junho de 2010
FRIO
Frio. Apenas esses olhos de memória
passeiam lá fora.
Esses dias frios trazem a distância
entre o corpo e o espírito.
Dirijo-me a essas coisas pequeninas
que me trazem os sons dos violinos:
o olhar do cão, o passo do pássaro molhado,
a flor na relva ainda viva,
apesar do vento, do frio e das chuvas.
A borboleta na parede, aguardando o início
de um vôo ao desconhecido.
E escrevo gelando,mas com o rosto voltado
para a grande luz da palavra
que procura o céu e suas estrelas
como um viajante perdido na noite.
Resta-me o eco das coisas resguardadas
pelos olhos da memória
para fugir dessa fronteira com o inverno
onde até os violinos emudecem.
(Direitos autorais reservados).
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